terça-feira, janeiro 25, 2005

Mais do mesmo ...

Não sou grande apologista das discussões internas (meaning, dentro do blog) por achar que se devem evitar as trocas de galhardetes sob pena de se estar a patrocinar uma discussão que, a dada altura, perderá sentido para quem apenas lê e não participa.

Ainda assim, creio ser importante fazer algumas observações.

O Dr. Louçã, num debate que ainda não tive a oportunidade de ver na íntegra, mas cuja última parte já vi, dirigiu-se ao Dr. Paulo Portas questionando a sua legitimidade para se pronunciar sobre a questão do aborto, por este não ter, como bem salientou AMJ, capacidade de gerar vida.

Não concordo, nem subscrevo este argumento, que é, maxime, um argumento segregacionista.

Creio que no debate, "que já vai sendo old news", o dirigente do Bloco de Esquerda perdeu as estribeiras, disse o que devia e o que não devia.

Lançou um chavão que se irá, atrevo-me a dizer, colar à campanha do Bloco como uma lapa e que segregará, não o Dr. Portas da discussão sobre o aborto, mas sim muitos dos eleitores do Bloco.

Cometeu um erro, cedeu às ânsias de poder e stardom e espalhou-se ao comprido.

Isto é uma coisa, agora outra coisa completamente diferente é fazer disto a linha que atravessa o pensamento do Bloco de Esquerda. Pior, atribuir à afirmação do Dr. Louçã uma conotação que avança para dentro do que são as especulações sobre a vida pessoal do seu adversário.

Não posso concordar com esse tipo de interpretações.

E assim se defende Louçã no Público, dizendo que:

"Interpretar este debate como uma imposição moralista acerca da bondade de um determinado modelo de família seria surpreendente."

De facto seria...

Convém não esquecer que a Política imita a vida, cometem-se deslizes. Que muitas vezes se colocam as coisas de uma forma que parece extravazar aquilo que realmente se pensa.

Dizer que apenas quem gera a vida se pode pronunciar sobre a questão do aborto não constitui a linha de orientação do Bloco em relação a esta matéria.

Não é esta a lógica.

Não era senão esta, afinal, a questão que se colocava,

"ou uma posição moderada vence no único país da Europa onde ainda há julgamentos de mulheres por "crime" de aborto, ou o fanatismo intransigente continua."

Quanto à questão do aborto per se, fica para outro post.



2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Well done!
[url=http://wzabjomd.com/xubb/rpfi.html]My homepage[/url] | [url=http://cofvaxyk.com/dltb/opvy.html]Cool site[/url]

31 de julho de 2006 às 14:46  
Anonymous Anónimo said...

Well done!
http://wzabjomd.com/xubb/rpfi.html | http://hdhdpjcv.com/zjrr/dmld.html

31 de julho de 2006 às 14:47  

Enviar um comentário

<< Home