terça-feira, fevereiro 01, 2005

So Long, Farewell, Aufwiedersehen, Goodbye

Outros projectos, motivações...Andarei por outras paragens...estas, (http://www.theestrogendiaries.blogspot.com ;http://www.teoremadepitagoras.blogspot.com)...

Acho que todos os projectos têm um tempo de vida limitado, enquanto se justificar e mantiver o interesse deverão continuar, quando isso já não acontece estão condenados à extinção.

No caso dos blogs, o sinal de que estão vivos são as contribuições regulares de todos os seus membros.

Na impossibilidade de continuar a fazê-lo, declaro extinta a minha participação neste blog!

Mas fica o muito gosto que tive em participar neste projecto!

Obrigada, AMJ, pelo mui honroso convite e pela não menos honrosa companhia!

Dear all, I'll see you around...


sexta-feira, janeiro 28, 2005

A não perder!

End Game, de Samuel Beckett.
No Teatro da Trindade.
Um nome em inglês para uma peça (aqui deve ser lido master piece) originalmente escrita em francês e muitíssimo bem representada no nosso Português!
De destacar a fabulosa interpretação de Miguel Seabra (Clov) e a não menos extraordinária de Diogo Infante (Hamm).
A tradução de Francisco Luís Parreira está muitíssimo bem conseguida, mas mais do que tudo as interpretações mencionadas acrescentam-lhe tudo o que o teatro deve acrescentar a uma peça... Alma!
E ainda dizem que o teatro é mau em Portugal... Saiam de casa, porra!

terça-feira, janeiro 25, 2005

Mais do mesmo ...

Não sou grande apologista das discussões internas (meaning, dentro do blog) por achar que se devem evitar as trocas de galhardetes sob pena de se estar a patrocinar uma discussão que, a dada altura, perderá sentido para quem apenas lê e não participa.

Ainda assim, creio ser importante fazer algumas observações.

O Dr. Louçã, num debate que ainda não tive a oportunidade de ver na íntegra, mas cuja última parte já vi, dirigiu-se ao Dr. Paulo Portas questionando a sua legitimidade para se pronunciar sobre a questão do aborto, por este não ter, como bem salientou AMJ, capacidade de gerar vida.

Não concordo, nem subscrevo este argumento, que é, maxime, um argumento segregacionista.

Creio que no debate, "que já vai sendo old news", o dirigente do Bloco de Esquerda perdeu as estribeiras, disse o que devia e o que não devia.

Lançou um chavão que se irá, atrevo-me a dizer, colar à campanha do Bloco como uma lapa e que segregará, não o Dr. Portas da discussão sobre o aborto, mas sim muitos dos eleitores do Bloco.

Cometeu um erro, cedeu às ânsias de poder e stardom e espalhou-se ao comprido.

Isto é uma coisa, agora outra coisa completamente diferente é fazer disto a linha que atravessa o pensamento do Bloco de Esquerda. Pior, atribuir à afirmação do Dr. Louçã uma conotação que avança para dentro do que são as especulações sobre a vida pessoal do seu adversário.

Não posso concordar com esse tipo de interpretações.

E assim se defende Louçã no Público, dizendo que:

"Interpretar este debate como uma imposição moralista acerca da bondade de um determinado modelo de família seria surpreendente."

De facto seria...

Convém não esquecer que a Política imita a vida, cometem-se deslizes. Que muitas vezes se colocam as coisas de uma forma que parece extravazar aquilo que realmente se pensa.

Dizer que apenas quem gera a vida se pode pronunciar sobre a questão do aborto não constitui a linha de orientação do Bloco em relação a esta matéria.

Não é esta a lógica.

Não era senão esta, afinal, a questão que se colocava,

"ou uma posição moderada vence no único país da Europa onde ainda há julgamentos de mulheres por "crime" de aborto, ou o fanatismo intransigente continua."

Quanto à questão do aborto per se, fica para outro post.



Ainda a propósito da Vida

Deus tem destas coisas, tem a mania que são precisos dois para criar uma vida.
(Não sei onde é que ele foi buscar essa ideia!)
E que ideia tão "atrás"... onde é que já se viu Pai, Mãe!?
Ridículo!

Gerar vida...

Realmente não posso gerar vida (com muita pena minha aliás!) e desde já peço desculpa por me pronunciar sobre a mesma carecendo de legitimidade activa.

Segundo um dos mais experientes líderes partidários em exercício quem não pode gerar vida não pode pronunciar-se sobre a mesma... justo, no mínimo.
De facto é uma lógica aliciante... retirar toda a legitimidade ao Bloco para toda a política de baixo ventre que tem tentado implementar, salvo se o dito provar que o seu líder é, nomeada mas não exclusivamente, homossexual, consumidor habitual de drogas leves e acidental de drogas pesadas, capaz de (a par de um seu congénere Californiano) gerar vida, etc. Aliciante de facto...
Aguardamos, ansiosamente, a produção de prova.

E o referendo do aborto? (essa bandeira que carregamos para o cume do Everest como se nunca lá tivéssemos estado...) Quem é que tem legitimidade para votar? Só as mulheres?
E as Europeias? Votamos todos ou só quem sabe onde é a República Checa?
Volto a dizer, que lógica aliciante!!

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Da América profunda II ou Mississipi Burning Again

Foi acusado, pelo homícidio de três activistas dos direitos humanos no Estado do Mississipi, nos EUA, em 1964, Edgar Ray Killen, um pregador de 79 anos, antigo líder de um dos "movimentos" racistas e segregacionistas mais violentos da história dos EUA, o Klu Klux Klan.

Decerto se lembrarão do filme que dramatizou o bárbaro assassinato de três jovens activistas no Mississipi, protagonizado por Wilem Dafoe, "Mississipi em Chamas", nos turbulentos anos 60 dos estados do sul americano.

Esta é, sem dúvida, uma vitória, ainda que tardia, de todos aqueles que acreditam que crimes como este não podem ficar sem castigo.

Os envolvidos no brutal assassinato dos três jovens foram acusados, na altura, e na sequência de uma mega-operação do FBI para encontrar os cadáveres das vítimas, apenas de crimes de violação dos direitos civis.

Ninguém foi formalmente acusado por homicídio.

Há poucos ("so called") movimentos que me façam tanta espécie como o destes homens atrás dos capuzes brancos que espalharam o terror nos Estados Unidos durante uma época que não deixa saudades.

Com a cumplicidade do poder local, muitos destes homens, às vezes membros destacados da comunidade, escaparam ilesos sem qualquer tipo de responsabilização pelas muitas acções de terror que levaram a cabo.

Estarei atenta aos próximos desenvolvimentos deste caso.


Da América Profunda I ou Science - 1 Bible Belt-0

Li hoje, no sempre excelente (mesmo para uma leiga nos domínios da Ciência como eu) Conta Natura, que este "disclaimer " ,

"This textbook contains material on evolution. Evolution is a theory, not a fact, regarding the origin of living things. This material should be approached with an open mind, studied carefully and critically examined."

aposto nos livros escolares do Estado da Geórgia, para prevenir e proteger as jovens mentes da perfídia da Teoria de Darwin sobre a Evolução das Espécies é inconstitucional.

O Juíz do Tribunal Federal da Geórgia considerou e, a meu ver, bem, que o "disclaimer" punha em causa a separação entre a Igreja e o Estado, imiscuindo as teorias criaccionistas em questões educativas.

É mais pelo que se subentende, pelo perigo de imiscuir aquilo que são apenas opções pessoais, do foro estritamente espiritual, com o dever de Educar do Estado, que se quer concretizado em obediência ao princípio fundamental da laicidade, que apoio incondicionalmente esta decisão e rejeito com veemência quaisquer tentativas de tornar a Ciência mais coincidente ou compatível com a Religião, através, como aconteceu neste caso, da inclusão de avisos nos livros escolares.

Porque não se trata de coincidências ou compatibilidades, nem sequer de auto-exclusão, a Religião e a Ciência caminham paralelas no estrito respeito pelas opções fundamentais de cada um, para que todos possamos livremente decidir, em face do conhecimento que temos ao nosso dispor, qual o caminho que a nossa espiritualidade deve seguir, ou até, se ela deve seguir algum.







segunda-feira, janeiro 10, 2005

Ou segundo Vargas Llosa, o complexo de Narciso...

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" Sex is to good to share with anyone else."
Philip Larkin

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Da sabedoria nas paredes...

Sempre me detive perante a manifesta sabedoria pincelada nas nossas paredes um pouco por todo o país.
Desconheço quais serão as motivações de tão brilhantes e insondáveis mentes, mas o que é certo é que, ante tais demonstrações de genialidade a violação da propriedade privada pouco interessa.
Estas são apenas algumas daquelas que mais me fascinam, e cujos autores presumo serem génios obscuros e frustrados pela incapacidade de partilhar a sua sabedoria com o mundo, optando por isso por pintar nas paredes pérolas como:
"Os espiritos matam+/- 200 pessoas por noite"


Visto nas Caldas da Rainha e em alguns lugares de Lisboa. Surpreendente pelo facto de, mais do que relatar o facto de ocorrer o que é praticamente um genocídio, ainda produz informação estatística.

(O +/- está mesmo lá...)

"Abaixo a música ambiente opressora do metro"

Visto no metro de Lx, também fascinante e demonstrativo de como de facto não há em relação ao que não nos possamos revoltar. Imagino o autor desta frase em plena Baixa Lisboeta, rodeado de canídeos e a fazer malabarismo com fogo para ganhar uns trocos, como forma de manifesto contra a opressão capitalista, burguesa e da música no metro, tudo basicamente a mesma coisa.

"Mutilação como medida tautológica"
Visto nas Caldas da Rainha. Surpreendente, insondável, brilhante... não percebi, acho que o autor também não...acima de tudo o que é que a mutilação tem a ver com um vício de linguagem..but ok that's just me!


terça-feira, dezembro 28, 2004

Balanços e "to do lists"...

Quando acaba um ano fazem-se sempre balanços, dos acontecimentos mais marcantes, daqueles que nos vão fazer lembrar de mais um ano que finda pela positiva, ou daqueles que nos fazem querer ser senhores do tempo e riscá-los do calendário das nossas vidas.
Há os pessoais e há os que a todos marcam.
A tragédia sem precedentes na Ásia encerra o ano numa nota de profunda tristeza, faz-nos pensar na fragilidade do ser humano ante a capacidade destruidora da Natureza, que teima em dar-nos lições de humildade apesar dos nossos muitos ( e infelizes) esforços para igualarmos a sua capacidade de destruição.
Mas ficam, deste ano que agora termina, imagens e sons da onda de patriotismo que varreu o país durante o Euro 2004, do sentimento de euforia que a todos, sem excepção ( até a mim, dona de um alheamento futebolístico e clubístico de que poucos se podem "gabar") contagiou.
Bush, Bush.
Michael Moore.
Iraque.
Bush vence as eleições norte-americanas.
Não há balanço (ou so called balanço) que possa, em bom rigor, esquecer o que foram as eleições norte-americanas mais vividas pelos Europeus de sempre.
Também, à nossa escala, se agitaram as águas, entre a nomeação de um Português para o prestigiado cargo de Presidente da Comissão Europeia, a indigitação de um novo primeiro ministro, quatro meses de violência contra um recém nascido indefeso e a queda de um governo, muito se pensou, disse, discutiu.
E mais, muito mais.
Mas alegremente se findam os anos, comem-se as passas, enquanto se fazem "to do lists" quase sempre pretensiosas e inantigíveis que depressa esquecemos assim que termina o mês de Janeiro.
Sou, contudo, uma confessada apologista das to do lists.
Dou largas à minha imaginação e penso numa míriade de coisas que provavelmente não vou fazer, mas que fervorosamente queria fazer...
Deixar de fumar, ir mais ao ginásio e deixar de ser benemérita...
O gozo da coisa está na convicção algo pueril de que vamos mesmo fazer tudo o que está na nossa lista, ignorando olimpicamente o facto de que boa parte da dita lista é "transportada" para o ano seguinte...

Still don't get it...

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For better but mostly for worse...